Estudo mostra que consumo de bebidas alcoólicas além do recomendável cresceu em cinco anos, aumentando o risco de doenças e acidentes
A comemoração da virada do ano sempre vem regada a muita champanhe, cerveja, destilados e outras variações de bebidas alcoólicas. A SulAmérica Seguros, Previdência e Investimentos, porém, alerta sobre os malefícios do álcool à saúde e sobre os riscos de acidentes de trânsito que uma pessoa alcoolizada pode causar.
Os efeitos do álcool variam de intensidade de acordo com as características pessoais: cada um reage de um jeito à bebida. Tudo depende do peso do indivíduo (uma estrutura física de grande porte terá uma maior resistência aos efeitos do álcool) e da capacidade de processá-lo. No entanto, a seguradora enfatiza que, independente destes fatores, a ingestão de bebida alcoólica deve ser feita com moderação e responsabilidade.
“Acreditamos que nunca é demais colocar esse assunto em discussão já que o consumo abusivo do álcool é responsável por diversas doenças como esteatose hepática (acúmulo de gordura no fígado), cirrose hepática (fibrose e formação de nódulos) e pancreatite (inflamação no pâncreas), além de ser o responsável por grande parte dos atos de violência e dos acidentes dos mais variados, desde trânsito até de trabalho”, afirma médico do trabalho e atuante no Programa Saúde Ativa na SulAmérica, Paulo Nadal.
Atenta ao bem estar de seus segurados e da população em geral, a SulAmérica realiza há oito anos o programa Saúde Ativa, que disponibiliza às empresas clientes um conjunto de ações com foco em promoção à saúde e prevenção de doenças ou suas complicações. O Saúde Ativa inicia com o levantamento do perfil de risco para o desenvolvimento de doenças específicas, por meio de questionário, exames de colesterol total e glicemia e medição de pressão arterial, peso e altura. Com estes dados é feita a análise de risco e o participante recebe seu relatório com orientações específicas de acordo com o resultado encontrado. A empresa recebe os dados estatísticos do grupo auxiliando no desenvolvimento de ações em promoção da saúde no ambiente de trabalho (alimentação saudável, estresse, atividade física, consumo de álcool e cessação do tabagismo).
De acordo com os dados do Saúde Ativa, o número de indivíduos com consumo elevado de bebida alcoólica é de 3%. “Mesmo sendo uma análise feita em um cenário diferente e em épocas do ano cujo foco não é a comemoração, este é um dado que deve ser considerado principalmente em um universo corporativo”, destaca Nadal.
Afinal, o que significa beber com moderação?
O National Institute of Alcohol Abuse and Alcoholism (NIAAA), utiliza o termo "beber moderado" para se referir ao consumo com limites onde não há prejuízos ao indivíduo e sociedade. O impacto do consumo de álcool sobre a doença e lesões é determinado por duas dimensões: a primeira é o volume total de álcool consumido, cujos critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS) adotados como referências de beber seguro são de uma dose ao dia para as mulheres e duas doses por dia para os homens, sendo considerada uma dose 350 ml de cerveja, 90 ml de vinho ou 40 ml de destilados; a segunda é o padrão de beber, cuja uma das principais características é o consumo excessivo episódico, também conhecido como “binge”, particularmente danoso à saúde física e mental. É considerado “binge” a ingestão de 60g de álcool num curto espaço de tempo (aproximadamente 5 doses para homens e 4 doses para mulheres).
A OMS recomenda não ingerir bebidas alcoólicas pessoas nas seguintes condições:
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Se estiver grávida ou a amamentando.
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Se for dirigir ou trabalhar com uma máquina.
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Pessoas em uso de medicamentos.
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Portadoras de doença do fígado ou pressão alta.
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Dependência alcoólica.
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Presença de tremores pela manhã durante os períodos de ingestão excessiva de álcool.
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Menores de 18 anos de idade.
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História de dependência de álcool ou outras drogas no passado.
Alguns números reforçam esta preocupação. Dados apresentados no I Levantamento Nacional sobre os Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira, desenvolvido pelo Governo Federal, apontam que cerca de 45% dos brasileiros adultos que bebem tiveram pelo menos um problema relacionado ao álcool, mais prevalente entre homens (58% homens; 26% mulheres) e mais comuns na região Centro-Oeste.
O mesmo levantamento aponta que, dentre os indivíduos que consumiram álcool nos últimos 12 meses, 1.152 pessoas, sendo 599 homens e 553 mulheres, dirigiram em seguida. “A ingestão de álcool, mesmo em pequenas quantidades, diminui a coordenação motora e os reflexos, comprometendo a capacidade de dirigir veículos, ou operar outras máquinas”, conclui.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), no início de 2011, divulgou as informações em um relatório global sobre saúde e consumo de álcool, com dados referentes até o ano de 2005 e adverte que o uso abusivo de álcool provoca 2,5 milhões de mortes todos os anos e, aproximadamente 320 mil jovens entre 15 e 29 anos de idade morrem de causas relacionadas ao consumo de álcool, representando 9% da mortalidade nessa faixa etária.
Mesmo sem ser dependente do álcool, uma pessoa que o utiliza sem moderação pode ter complicações tão ou mais sérias que os alcoólatras.